Eu caí
em meu próprio abismo.
O vento veio-me de abraço.
Envolveu-me,
ao cair.
Tomou-me todo.
Fugaz. Ao modo de meu próprio engano.
Caí
como cai a lágrima do rosto
antes de secar.
Eu, que quero estar seco
antes de arrebentar no chão.
Texto inédito, a ser publicado em uma próxima coletânea.
Tudo alimenta.
E, de forma ou de outra,
vivos, morremos.
A natureza me troca a pele,
o cabelo,
sou uma forma diferente
de dar e de perder a folha.
Uma forma
de alimentar e de ser alimentado,
feito um cervo.
Vejo-me um processador de coisas.
Como é a planta ao consumir o sol
ou uma formiga, o açúcar. […]
Texto inédito, a ser publicado em uma próxima coletânea.
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