É-se e deixa-se de ser em um milionésimo de segundo.
É o presente passado imediato.
É o presente futuro constante.
Somos assim. Somos sem tempo.
Somos, agora, o minuto que foi;
Somos, agora, o minuto seguinte.
O presente – o já! – não existe.
A não ser a hora da morte, da sua –
O único milionésimo de segundo definitivo.
Talvez, por isso, estejam todos tão obcecados pelo agora.
Só assim, não precisam ser nada.
Nesse eterno presente, não há o peso de existir.
Texto inédito realizado durante a produção do livro O Discurso da Morte. Poesia não incluída na obra.